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12. De volta ao lar

    A batalha contra os doles-mundii era aterrorizadora. Agora os maztenas perderam até a vila de Handaf.
   Ao encontrar a casa de detenção, Abuani aumentou sua admiração por Handaf ao ver que ele não executara os prisioneiros, e libertou seu irmão, Caruari. Este, desprovido da mesma honradez que o irmão mais novo, convocou mais da metade dos comandados, todos que eram mundii e estavam mais dispostos à luta, chamou-os a si e foi no encalço de Handaf. Abuani alertou para não seguir Handaf rapidamente, mas aconselhou o irmão a bater a região antes.
   Dono de grande arrogância, Caruari levou seus exércitos a uma perseguição à Handaf. Vendo que seu inimigo o perseguia, Handaf levou-o até o desfiladeiro Magaf. Ali, por cima das elevações, arqueiros e seus potentes arcadãs faziam os mortos dole-mundii ascenderem a um grande número. Mesmo assim, eram tão numerosos, que ainda haviam muitos deles, e os lanceiros postados na boca do abismo, uma passagem estreita, eram poucos, mas mantiveram através de sua formação os dole-mundii sob controle. Bedzar, homem competente em batalha, chefe da guarda da vila principal, um dos homens mais leais à Handaf, tombara aqui. Com o passar do tempo, os arqueiros lá em cima passaram a diminuir em número, alvejados por projéteis vindo de baixo. Sem os hábeis mestres do uso do arcadã, tal batalha seria impossível de vencer, mas cada arqueiro, ao morrer, tinha levado consigo muitos dole-mundii para a morte.
   A situação agora era desesperadora. Caruari pedira auxílio à Abuani e este deu a volta em torno do local da batalha e ia atacar a retaguarda maztena, que estava totalmente desprotegida. Tal informação fora dada por Questal, chefe dos cavalarianos, oriunda de seus batedores. Não haviam mais muitos infantes nem mesmo para segurar o ataque na vanguarda, e muitos arqueiros haviam tombado. Agora, a desguarnecida retaguarda seria alvo de Abuani com uma tropa composta só de doles.
“Se falharmos aqui, as forças de devastação irão ao encontro de nossas esposas e nossos pequenos. Tem de haver alguma esperança.” Disse Handaf à Questal. No mesmo momento, Quin-Néser e Caldiens apontaram no leste. Sua nuvem de poeira fora vista por amigos e inimigos. Mas os inimigos é que viram antes e foram ao seu encontro. Antes mesmo de poder entregar a pedra à Handaf, Caldiens e Quin-Néser estavam sendo atacados. Caldiens segurou com forte seu braço os que pôde e mandou Quin-Néser continuar a cavalgada. Questal e alguns cavalarianos com ele foram em direção à Caldiens para o ajudá-lo, mas era demasiado tarde. Enquanto os mundii tombavam vítimas dos braços fortes dele, o próprio Caldiens era apunhalado por todos os lados. Quando viu que Quin-Néser estava a uma distância segura, parou de lutar, e já quase sem vida caiu de joelhos, olhou toda a devastação ao seu redor, viu de longe muitos maztenas tombados e seus olhos procuraram Handaf, até que ele caiu e adormeceu na morte.
   Quin-Néser levou a pedra até Handaf, que solicitou uma reunião diplomática com os mundii, concedida por Caruari. Logo depois na reunião, com generais maztenas e líderes mundii, além de Handaf e Caruari, Handaf levantou uma mão com um objeto coberto por um lenço. Puxou o lenço e clamou:
“Conosco está a Pedra Sácer” e foi caminhando e clamando a mesma coisa, ao passo que um mundii a reconheceu e confirmou a posse dela. O resultado foi surpreendente: Milhares de mundii curvando-se instantaneamente. Possuído de uma ira incontrolável, Caruari correu até Handaf, para acometê-lo, mas foi barrado por maztenas, que o entregaram a morte.
Quanto à Abuani, seus doles não cederiam á posse da Pedra, mas foram interceptados por uma brilhante companhia de infantaria oriunda dos asnarlahals. Handaf não teria forças para derrotar Abuani, mas enfim os maztenas não estavam só nessa batalha que aparentemente não podiam ser vencedores. Os asnarlahals e doles tiveram uma luta ferrenha, mas os asnarlahals renderam os doles e pouparam a vida de muitos deles. Abuani, também fora poupado e à pedido de Handaf pôde voltar à sua tribo.

   
Logo no horizonte da vila principal vinham Meirol e seu grupo. Ele e seu crina dourada, mais Servensaus e Aduneius, e Bafor-Nul, o carregador. Ao passo que se aproximavam do aposento do corro, observavam a destruição ao seu redor.
“Está acabado, falhei ... a confiança depositada em mim provou-se vã” Clamava Meirol, chorando. Foi grande a sua surpresa quando viu distante alguns cavalarianos, e Questal com eles, aproximando-se com grande velocidade e saudando-os com grande felicidade.
“Seja bem-vindo novamente ao lar, abençoado Meirol, sejam bem-vindos os teus companheiros.”
   Ao descer do cavalo Questal proseou com Meirol e contou-lhe de tudo, da resistência maztena, de como Handaf encurralou os mundii sob Caruari no desfiladeiro Magaf e suavizou a desvantagem numérica, dos asnarlahals que vieram em auxílio e enfrentaram Abuani e os doles com ele. Explicou também de como a Pedra Sácer retornou em boa hora e falou dos mundii se prostrando perante Handaf, possuidor da Pedra. Meirol explodia de satisfação, mas ela desvaneceu-se quando foi lembrado por Questal de que o norte fora devastado, assim como as terras que ele mesmo podia agora ver. Sua alegria diminuiu mais ainda ao saber que Caldiens tombara. Um enorme pesar tomou conta dele, e sentiu uma incontrolável vontade de agradecer pessoalmente à Caldiens por ser um herói de tamanha magnitude.
   Horas e horas depois, e os homens importantes da tribo estavam de volta à vila principal. Handaf abraçou calorosamente aos integrantes da comitiva de Meirol dentro do avariado aposento do corro, oculto dos demais maztenas. Todos estavam ali, os sobreviventes dessa aventura por terras estranhas: Meirol, Aduneius, Servensaus, Quin-Néser, Greiteli e Bafor-Nul.
Mais tarde, uma festividade solene foi preparada para lembrar dos que tombaram na batalha, bem como do levinote Ninfa, do dole Noseanã, do valente Caldiens e dos carregadores Esmálforas, o pequeno, Alaicha e Quénsel. Quanto a Alaicha, os integrantes da comitiva decidiram-se não falar nada a seu respeito.
   Mais tarde, já à noite, novamente em reunião com Handaf, Meirol e seu grupo deu mais explicações à Handaf. Falaram de Tarastir e seus planos de fazer a pedra sumir para somente poder resgatá-la. Handaf percebeu aí a manobra de seu filho: queria crescer aos olhos do pai. Sua atitude custou a vida de muitos. Meirol ainda relatara do rico asnarlahal que aliou-se a Tarastir. Ao ser indagado do nome do homem, Meirol disse que não fora revelado. Servensaus adiantou-se e disse:
“Ojina é o nome dele. Sendedcol falou esse nome sem querer nas suas muitas explicações.”
“Eu o conheço” – disse Handaf. “Aquele patife, isso será reportado ao Grande Líder Asnarlahal. Sabes porque Greiteli está constantemente cochichando com Tarastir?”
“Greiteli não sabe que sabemos, mas ele está apoiando Tarastir.    Provavelmente acreditava que Tarastir não falharia no resgate da Pedra.”
Handaf ficou abismado ... seu próprio filho e um de seus principais conselheiros. “Por isso Greiteli insistira tanto em ir junto ... precisava acompanhar o andamento de tudo!”
   E assim, a Pedra Sácer foi novamente recolocada na gruta de Outrora, e sua guarda foi reforçada. E Meirol pôde voltar aos aroeres do sul. A despedida de seus amigos não fora fácil, mas a saudade de sua esposa era imensa. E a terra dos maztenas começou sua recuperação de todo o mal causado.

 
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